No mês de outubro do ano 2007 entrando em uma igreja em Belém do Pará li no cartaz da campanha missionária esta frase: DEUS AMA SEM FRONTEIRAS : DA AMAZÔNIA PARA O MUNDO. Tal frase me chamou a atenção, porém eu não imaginava que a realidade expressa nestas palavras viesse a ser uma experiência pessoal. Era o segundo ano que estava em Marituba, cidade próxima de Belém, feliz com o trabalho que realizava no Hospital Divina Providência; acompanhamento dos doentes e seus familiares e ajudando na formação dos colaboradores dos Pobres Servos da Divina Providência. Tinha a oportunidade de estar ao lado dos mais sofredores como desejam nossos fundadores. Foi então que nossa comunidade recebeu a visita da superiora regional Ir. Maria Corina a qual me propôs de ir para África, em Angola onde nossas irmãs trabalham por vários anos. O sim foi imediato, porque não havia muito tempo para pensar. Tive uma noite para rezar, pensar e buscar na Palavra motivação para a nova missão. No dia seguinte me dispus a ir por um tempo. Portanto o visto para a fixação de residência na Angola não foi assim tão imediato, tendo encaminhado o pedido em novembro de 2007 só chegou o visto em dezembro de 2008. No ano passado,então colaborei no Centro de Educação Infantil no Guarujá Cascavel Pr.
A viagem estava marcada para o dia 07/02/09 em companhia da Ir. Dirce Tonet, mas por problemas de passagem a minha viagem foi adiada para o dia 12/02/09 com outra companhia aérea e outro trajeto, agora viajando sozinha, mas como “Deus escreve direito em linhas tortas” cheguei em Luanda dia 14/02/09. Estou nesta maravilhosa comunidade que além da Ir. Lucia Massarin, Bruna e Dirce conta com a postulante Maria e a aspirante Marta. Pessoas que mesmo distante compartilharam minha espera e me acolheram com muito carinho.
Alguns textos bíblicos que fundamentaram meu sim e me ajudaram a perseverar na espera: (Lc 1, 38) Faça-se... (6, 36-38) Gratuidade (Sl 47) desde sempre e para sempre Deus nos guia, e as cartas de São Paulo que falam de suas viagens, chegando e saindo das comunidades sempre em nome de Jesus Cristo.
Cito algumas pessoas que tenho como mediação deste envio e missão: nossa Madre Geral que me animou e encorajou, ainda antes de viajar ela me disse: você é enviada por Deus, creia... vai! E traçou o sinal da cruz na minha fronte. Ir. Corina que repetia essa frase: fique tranqüila, se for vontade de Deus chegará o momento de ir. Frei Rodrigo Paróquia São Francisco Guarujá início de 2008 dizia em uma homilia refletindo sobre a oração do Pai Nosso: “Deus é Pai de todos, somos irmãos, porém o que pensará uma mãe lá na África que perdeu seus filhos na guerra? Precisamos mostrar que Deus é Pai!” esse questionamento me calou fundo no coração. !” Minha mãe na sua simplicidade e grande fé me disse: Deus está aqui e está lá, vai é tua missão. As irmãs Silvane, Dirce e Lorizete com todos os símbolos africanos que trouxeram para nossas comunidades do Brasil com suas palavras e exemplo de missão além fronteiras. Também as irmãs Lucia e Bruna não só convidando, mas motivando para que viesse quanto antes. Ir. Maria Rosa Calderaro Superiora Regional da Argentina disse que todas estão rezando por mim e me incentivou também. Ir. Julia Docimo me escreveu várias vezes animando-me para a missão. Ir. Rosa Maria Maziero iniciou uma carta com essa frase: Ide por todo o mundo pregai o Evangelho ... acolhi essas palavras também como um envio. Ir. Sandra C. Feiten: “Boa missão; Ele já foi na tua frente.” Essa é minha convicção principal, estou aqui por Cristo, com Cristo e em Cristo. No Consulado Angolano no Rio de Janeiro no início de 2008, uma senhora jovem esperava na fila, então lhe perguntei o motivo de sua ida para Angola, com um sorriso e poucas palavras respondeu: meu marido já está lá! Então eu pensei, tenho mil razões para ir, Cristo está lá desde a fundação do mundo.
Gostaria de citar muitas outras pessoas que me incentivaram, as coloquei no coração de Deus em oração para que recebam sua recompensa.
Termino com uma frase de São Paulo: ...ainda que eu deixe meu corpo em chamas arder se não tenho amor, de nada adianta. Aceitar de ir para outro continente não é tudo, é somente o início, pois de não tenho amor de nada adianta o que faço neste lugar tão distante.
Por isso continuem rezando por mim para que eu seja autêntica discípula missionária, e pela nossa missão. Nós também estamos rezando por todas e desejo o melhor para cada uma.
Com muito carinho e gratidão um abração.
Ir. Genessí
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